Conan, O Bárbaro (2011)

Escrita por Filipe Manuel Neto em 19 maio 2022

Terrível.

Este filme é uma adaptação de uma banda desenhada, e também o remake de um filme famoso de 1982, protagonizado por Arnold Schwarzenegger. Era um filme bastante fraco, que apenas se destacou graças à presença do famoso actor. Por isso, eu resolvi ver se esta nova versão era melhor que a mais antiga. Todavia, quando vi o nome do director Marcus Nispel, receei pelo pior… e os meus receios justificaram-se, com o filme a revelar ser extremamente fraco.

O roteiro é muito mal escrito: aproveitando o essencial da história contada no filme mais antigo (uma jornada de vingança do herói contra os vilões, responsáveis pelo massacre que vitimou a sua família), o filme não consegue dar-nos uma história coesa e funcional, que parece enferrujar e arrastar-se cada vez mais à medida que o filme avança. Cansativo e desinteressante, o filme vai-se desenrolando de forma exasperante até chegar a um final realmente decepcionante.

Se há algo em que o filme mais antigo se destacou foi na escolha do actor protagonista, com a notável colaboração de Schwarzenegger a ser o ponto mais forte e mais sólido desse filme. Sem a participação do actor, o filme não podia esperar igualar o sucesso conseguido, mas poderia ser muito melhor do que é. A verdade é que não consigo entender a razão que levou à escolha de Jason Momoa para o papel principal! O actor pode ser grande e musculado, mas não tem mais nada a oferecer-nos e é particularmente apagado e entediante. O resto do elenco é composto por uma amálgama de actores de terceiro escalão que não me sinto obrigado a nomear, com a excepção de Ron Perlman, que não é aproveitado como poderia ser. Pode ser duro falar assim, mas a verdade é que as personagens, meramente esboçadas, e os diálogos pobres e mal escritos não exigiam actores melhores.

Onde o filme realmente aposta e se destaca é nos valores de produção e nos aspectos técnicos. Com um orçamento capaz e toda a máquina da indústria cinematográfica americana, o filme é o típico “blockbuster” de acção que tenta arrancar o máximo de moedas ao público disposto a pagar para ver se é tão mau como outros dizem ser. O trabalho das equipas de caracterização e maquilhagem é bastante amador, a edição é regular, a banda sonora é esquecível. Pela positiva, destacam-se naturalmente as espectaculares cenas de acção, que retiram qualquer sensação de perigo e tensão, transformando o filme numa coisa sem emoção, mas carregada de show-off. O trabalho dos duplos, assim como o grande leque de efeitos visuais, especiais, computorizados e sonoros, ajuda muito nestas cenas e dá ao filme uma vivacidade apelativa e vibrante. Por fim, e para terminar com algo positivo, devo mencionar a boa qualidade da cinematografia e uma boa concepção dos figurinos.