A Casa do Espanto 3 (1989)

Escrita por Filipe Manuel Neto em 23 novembro 2021

Lançado como Uma Casa Alucinante 3 na Europa, este filme realmente não tem nada a ver com esta franquia, muito embora seja tolerável.

Este filme foi, para mim, um engano. Pensei que ia ver mais um filme da série “House”, o terceiro da franquia (que o estúdio distribuidor resolveu, por motivos meramente publicitários e de bilheteira, lançar nos EUA como The Horror Show)… mas o que eu acabei por encontrar é apenas mais um filme com um psicopata a solta, na tradição dos filmes slasher que estavam na moda à época em que este filme foi feito.

O roteiro do filme gira em torno da inimizade figadal entre Lucas, um detective da polícia e o assassino que ele investigou, prendeu e conseguiu, finalmente, mandar para o cadafalso, um maníaco que massacrou imensas vítimas. A execução, todavia, não corre como o esperado e, agora, quando menos se esperava, ele volta para perseguir o detective, disposto a tudo para se vingar de quem o mandou para a morte.

Bem, não vou dizer que o filme é inteiramente mau… na verdade, o roteiro funciona de maneira razoável para um filme como este e a construção da narrativa foi feliz. Porém, está recheado de clichés habituais neste tipo de filmes, e é incapaz de trabalhar com o ambiente de maneira a nos dar um ‘suspense’ e tensão palpáveis. Os sustos limitam-se a alguns pulos no sofá, e o gore tenta fazer o resto, o que comigo não funcionou muito bem.

Mais interessante e bem-sucedido foi o esforço do elenco, muito particularmente da dupla de actores Lance Henriksen e Brion James, que nos dá, respectivamente, o herói e o vilão do filme. Ambos foram muito bons no seu trabalho e o carisma individual de cada um deles leva-nos a ter alguma consideração pelas suas personagens, isto é, faz com que nos importemos com elas. Há, no entanto, uma falta de bons actores secundários que consigam dar apoio a estes dois no seu trabalho.

Tecnicamente, o filme tem altos e baixos… por um lado, a cinematografia parece regular, nem particularmente boa, nem particularmente má, os cenários e os figurinos estão mais ou menos dentro daquilo que podíamos esperar encontrar e não trazem surpresas e a banda sonora faz o seu trabalho sem merecer grande destaque. Por outro lado, o filme aposta seriamente em bons efeitos especiais, muito relacionados com o gore e o sangue. É, de facto, um filme muito visual e há várias cenas que podem impressionar os espectadores mais sensíveis.