Sucker Punch: Mundo Surreal (2011)

Написано Filipe Manuel Neto 29 августа 2018

Quando "Twillight Zone", "Anjos de Charlie" e "Naruto" se encontram...

Quando comecei a ver este filme esperava algo diferente do que realmente ele é. No entanto, não estou desiludido porque tinha expectativas muito baixas. A história toda gira em torno de uma jovem (nunca sabemos o nome real, só um apelido, Babydoll) que é internada num asilo após tentar proteger a irmã do padrasto, responsável pela morte da mãe delas e ansioso para pôr as mãos no dinheiro da família. Infelizmente, o tiro atinge a irmã e o padrasto suborna o director do asilo para lobotomizá-la, o que a faria esquecer tudo, anulando a sua personalidade.

A partir daqui, o filme perde-se e entra num universo paralelo, imaginado por ela como uma fuga da sua própria realidade. O asilo torna-se num bordel clandestino para clientes ricos, onde é obrigada a dançar sedutoramente. Com cada dança, no entanto, ela imagina profundamente mundos surreais de combate, evitando enfrentar a vida real e alimentando o sonho de fugir.

Visualmente, o filme é muito bom: altas doses de CGI de boa qualidade, óptima cinematografia, bom enquadramento e alguns ângulos de câmara originais, bons cenários, figurinos consistentes e bem trabalhados. Mas isso não é o suficiente para fazer um bom filme se considerarmos o cinema a arte de contar uma história. O roteiro é a maior falha: quase tudo o que mostra é imaginado dentro da cabeça da personagem principal mas o público não vai entender bem o motivo que a levou a uma fuga daquelas. Também não há qualquer esforço para articular isso com o que acontece com a personagem na vida real. Estamos tão dissociados da realidade quanto ela, e isso torna o filme difícil de entender.

Outro problema é a falta de originalidade no roteiro, que mistura aleatoriamente imensas influências, copiadas ou reinventadas de dezenas de outros filmes e séries, como "Harry Potter", "O Senhor dos Anéis", "Twillight Zone", "Anjos de Charlie", "Kill Bill", "Naruto", "Dragon Ball" etc. Tudo fica pior quando vemos cenas de luta teatrais e estilizadas, inspiradas nos anime. A maneira como o filme tenta ser sexy sem o ser também é desagradável. Emily Browning é a melhor actriz que o filme tem e a sua personagem é a melhor desenvolvida, mas ela está longe do que eu chamaria de uma mulher sexy, e não vai ser uma peruca loira (parece um cosplay) e uma saia curta que vão mudar isso. Nesse ponto, ela perde para o elenco secundário, que compensa a falta de talento com corpos mais curvilíneos. A banda sonora é boa, pois é consistente com o ambiente retro e punk do filme, aparecendo nos momentos certos e sabendo como desaparecer quando não é necessária.