13 Fantasmas (2001)

Written by Filipe Manuel Neto on July 7, 2018

Entretém sem realmente nos assustar.

Este filme é o remake de um outro, com o mesmo nome e que foi realizado em 1960 por William Castle. O enredo é semelhante: Arthur Kriticos é um homem modesto e sem fortuna, amargurado pela morte da sua esposa, num incêndio. Nisto, recebe a notícia de uma grande herança deixada por um tio, Cyrus, que era muito rico, culto e interessado por estudos na área do paranormal. Faz parte da herança uma casa enorme, muito moderna, onde o tio guardou uma colecção de espíritos malignos que caçou e aprisionou, mas sobre a qual Arthur não é informado.

O filme tem uma sequência de abertura realmente assustadora, que nos mostra como o tio caçou e capturou os espíritos mais cruéis que veremos naquela casa. Mas o filme acalma em seguida, assumindo um ritmo cadenciado e constrói a trama até ao final, de uma forma mais simples e mais psicológica do que se poderia esperar. O suspense não é tão eficaz como devia, algumas soluções de roteiro são questionáveis e pouco naturais, recorrendo a clichés óbvios. Há várias cenas de violência gráfica chocantes, mas isso não é assustador, é apenas nojento.

Em contraste, o filme é visualmente agradável, com uma cinematografia muito boa, bons efeitos especiais e sonoros e extraordinários cenários. A casa é algo que eu nunca vi, combinando tradição e modernidade com um toque sinistro, e o sub-enredo em torno dela é mais um ponto positivo para o filme.

Tony Shalhoub (quem ainda se lembra desse actor na série "Monk"?) fez um bom trabalho como actor principal e F. Murray Abraham também me agradou. Eu não gostei do modo excessivamente teatral de Matthew Lillard actuar. Ele foi exagerado ao ponto de ser cómico quando não devia. O resto do elenco esteve bem e fez o seu trabalho sem surpresa, desilusão ou destaque.