Flash Gordon (1980)

Rédigée par Filipe Manuel Neto le 14 avril 2018

Um ícone "trash".

Flash Gordon é um filme paradoxal: é altamente popular apesar não ter qualquer qualidade. O roteiro roça o absurdo, baseando-se na viagem de uma estrela do futebol americano ao planeta Mongo, onde tem que lutar contra o pérfido Imperador Ming. Lá, pode contar com a ajuda da filha do tirano e um chefe local, Vultan. Basicamente, esqueça tudo o que é lógico, este filme é puro entretenimento e fantasia "non-sense".

O elenco é dirigido por Sam J. Jones, que dá vida ao herói musculado Flash. O seu antagonista, Ming o Impiedoso, é encarnado por Max von Sydow. Melody Anderson empresta o corpo a Dale Arden, Haim Topol interpreta o cientista Dr. Zarkov, Ornella Muti dá vida a Aura, a sexy filha do imperador, e Timothy Dalton (o futuro Sr. Bond Nº 4 em pessoa) deu vida a Barin, amante dela. A maioria do elenco fez performances infelizes e ruins. Os diálogos são ridículos a ponto de nos fazer rir. Max von Sydow, sem dúvida o melhor actor do elenco, é a excepção. Ele fez um desempenho muito bom, regular e apropriado, dadas as circunstâncias e a personagem ridícula que lhe coube interpretar, e que é apenas uma caricatura de um imperador chinês.

Finalmente, uma palavra para os efeitos especiais, absolutamente patéticos. Nem por um momento parecem realistas. Acho que talvez a intenção nunca fosse dar-lhes realismo. Os cenários são tão grandiosos que parecem absurdos e o mesmo acontece aos figurinos. O melhor deste filme é, sem dúvida, a banda sonora que é interpretada pelos Queen, ainda contando com o lendário Freddy Mercury.

Então, qualquer um pode pensar: como é que esse filme Z tem tantos seguidores? Eu acho que, para essas pessoas, a qualidade não importa. O que importa é que o filme é divertido e funciona, basicamente, como uma comédia. E isso permite-lhe ter um espaço na história do cinema.