Lawrence da Arábia (1962)

Written by Filipe Manuel Neto on March 18, 2018

Um clássico intemporal do cinema épico.

Este filme conta uma parte importante da vida de T. E. Lawrence. Um homem curioso e altamente inteligente, juntou-se ao exército britânico na Primeira Guerra Mundial e teve um papel decisivo na Revolta Árabe de 1916. Dirigido por David Lean e escrito por Robert Bolt, tem a participação de Peter O'Toole, Anthony Quinn e Omar Sharif.

T. E. Lawrence é um dos personagens mais interessantes da Primeira Guerra Mundial. Não era um general ou militar brilhante mas teve um papel notável na mobilização das tribos árabes, desunidas e muitas vezes rivais, tornando-as uma tropa altamente eficaz (apesar de compostas por milícias irregulares). O filme mostra como o conseguiu e o preço que pagou (as cenas de violência quando foi preso pelos turcos, embora suaves, ainda sugerem a suposta violação anal que sofreu, entre outras torturas).

O filme está cheio de cenas deslumbrantes do deserto e é visualmente atraente, talvez um dos filmes épicos que dão maior atenção ao uso de paisagens naturais. A dureza das condições de vida (ou melhor, de sobrevivência) das tribos locais também é retratada com objectividade, bem como a importância dada à água e ao controlo de poços. As cenas de acção foram bem pensadas e mostram como a luta era desigual, aparentemente condenada ao fracasso (os árabes lutavam com métodos e armas arcaicas, quando comparados aos usados ​​pelos turcos).

O desempenho dos actores é excepcional. O filme está cheio de grandes actores que estiveram no seu melhor. Peter O'Toole, Anthony Quinn e Omar Sharif destacam-se naturalmente pela qualidade excepcional do seu trabalho, num filme que se tornou o grande responsável pela sua consagração. Os figurinos também são excelentes e, pelo menos para mim, parecem consistentes com o tipo de roupas e uniformes retratados em fotografias da época, um sinal de um bom trabalho de consultoria histórica. O mesmo se pode dizer do equipamento militar usado. A banda sonora, parte essencial de um bom épico, é das melhores já feitas por Hollywood e tem a assinatura de Maurice Jarre.