2012 (2009)

Escrita por Filipe Manuel Neto em 24 fevereiro 2018

Um filme que merecia ser destruído antes de ter sido lançado...

Com base nas teorias catastróficas que foram amplamente divulgadas ao longo de 2011 e 2012, este filme é, na sua essência, a representação do fim do Mundo. Dirigido e escrito por Roland Emmerich, o filme tem um elenco liderado por John Cusack, Beatrice Rosen, Zlatko Buric, Amanda Peet, Thandie Newton e Chiwetel Ejiofor.

Todos aqueles que já conhecem o trabalho deste director sabem o prazer que sente ao destruir o nosso planeta. Ele fez isso em "Dia da Independência", "O Dia Depois de Amanhã" e "Godzilla". Então, acho que ele não conseguiu resistir à tentação de deixar passar esta oportunidade de destruir tudo novamente. Mas acho que ele não tentará fazê-lo tão cedo pois quase destruiu a própria carreira: o filme é tão incoerente, inconsistente e exagerado que se limita, basicamente, a duas horas de destruição em massa e abuso de efeitos especiais.

Eu gostava de dizer que o roteiro é uma porcaria, mas a verdade é que virtualmente não há roteiro. Este filme não tem nenhuma história para nos contar, limitando-se a alinhavar um fio condutor (as tentativas de um pai salvar a si mesmo e aos seus familiares da morte certa) que nos permita ver a destruição de tudo e a tentativa governamental de, pelo menos, salvar alguns ricaços com dinheiro suficiente para repovoar o mundo depois. Por isso, se você achar que as personagens são vazias como cartão canelado, você tem alguma razão porque elas não chegaram a ser verdadeiramente elaboradas. Sabemos muito pouco sobre todos eles, apenas o bastante para os vermos atirados para a confusão. Alguns morrem, outros safam-se por uma unha negra (o velho cliché deste tipo de filme repetido uma, e outra, e outra vez), o que acaba por ser absurdo. É a ausência total de credibilidade e realismo. Quanto aos actores, o que podemos dizer é que geralmente são maus, não estão interessados em interpretar bem e têm personagens medíocres.

Há alguma coisa boa neste filme? Sim. Apesar do desastre de filme, ele dá-nos uma grande quantidade de acção num espaço curto de tempo, cenas de destruição absolutamente deslumbrantes e a maior quantidade de efeitos especiais e CGI por segundo que você possa imaginar. Emmerich nem sequer tentou disfarçar que o filme todo é uma desculpa mal-amanhada para uma onda de destruição e uma autêntica orgia de computorização gráfica, com o único objectivo de limpar a nossa carteira e engordar os lucros de bilheteira.